TODAS AS PERGUNTAS

Quantas ilhas têm na Baía de Guanabara?
Barbara Souza – Botafogo em Geografia
No interior da baía de Guanabara há inúmeras ilhas e ilhotas, sendo difícil precisar o número exato. De acordo com o especialista Elmo da Silva Amador, eram 127 no século XVI, mas hoje esse número reduziu para cerca de 65. A história da transformação e da expansão da cidade do Rio de Janeiro é marcada por sucessivos aterros e outras intervenções do homem na paisagem da cidade. Em decorrência desse processo, foram eliminadas 36 ilhas litorâneas, localizadas próximo a linha da costa. Pela sua localização, os arquipélagos da Ilha do Governador e de Paquetá foram os mais poupados neste processo histórico. Muitas outras ilhas existentes dentro da baía desapareceram por anexação ao continente através dos aterros artificiais, como a Ilha do Fundão, que virou Cidade Universitária com o aterro de mais outras 7 ilhas ao seu redor. Hoje, boa parte das ilhas da Guanabara servem como instalações da Marinha, terminais de petróleo, estaleiros ou paióis.

Qual é o hino do Rio de Janeiro?
Daniel Moreira dos Santos – Engenho Novo em Memória
O Hino Oficial do Rio de Janeiro é a marchinha “Cidade Maravilhosa”. Composta por André Filho, a música foi gravada pela primeira vez por Aurora Miranda, irmã de Carmem Miranda, e lançada com grande sucesso no Carnaval de 1935. Completa, portanto, 80 anos, em 2015. Possui três estrofes, incluindo o refrão.

Por qual motivo São sebastião foi escolhido o padroeiro de nossa cidade?
Fernando Henrique cardoso da silva – Vila Isabel em Costumes
Quando fundei a cidade em 1565, José de Anchieta disse que ela foi “instalada sob a invocação de São Sebastião, padroeiro do rei de Portugal”. Reinava nas terras lusas D. Sebastião (1554-1578), o jovem rei morto e desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir. Para reforçar a tradição do santo na cidade, nossa grande vitória contra os tamoios se deu no dia de São Sebastião, em 20 de janeiro de 1567, quando fui mortalmente ferido por uma flecha no rosto.

Quais foram os brasões que já tivemos aqui no Rio de Janeiro?
Lira Martins – em Memória
O primeiro brasão da cidade foi criado em 1565, quando eu fundei a cidade de São Sebastião, sofrendo alterações em 1826, 1856, 1889, 1893, 1896, 1957 e 1963. O modelo atual é uma variante muito próxima do desenho de 1963 do então brasão do estado da Guanabara. Apesar de todas as variações, alguns elementos se tornaram quase obrigatórios no nosso brasão de armas. As setas de São Sebastião são representadas por três flechas que se cruzam. Junto com a esfera armilar manuelina, as flechas estão presentes em todos os brasões da cidade com exceção do primeiro feito sob regime republicano, de 1889 a 1893. No desenho também há cinco torres para representar cidades, sendo de ouro quando capitais e de prata quando vilas. Os golfinhos foram acrescentados em 1896 junto com o barrete frígio do regime republicano e os ramos de louro e carvalho, símbolos que permanecem até o brasão atual. A pesquisadora Isabella Perrotta defende que “o golfinho era tão importante quanto o leão em terra e à águia no céu, e é considerado pela simbologia heráldica o animal marinho mais importante. Sua presença no brasão da cidade do Rio de Janeiro lembra uma figura quase mitológica, e havia uma analogia direta com a existência deles na baía de Guanabara”. Mais sobre os brasões e as imagens você pode conferir aqui.

Qual é o local da fundação da Cidade do Rio de Janeiro?
Luiz roberto – Tijuca em Geografia
Como quem vai responder essa pergunta sou eu, Estácio de Sá, não poderia dizer que foi em outro lugar que não aos pés do Morro Cara de Cão, em frente à Praia de Fora, onde hoje fica a Urca. Foi ali que desembarquei com meus homens em 1º de março de 1565, episódio relatado pelo Padre Anchieta em sua carta ao Padre Diogo Mirão, uma espécie de certidão de nascimento do Rio de Janeiro, que a mim, o capitão-mor, muito lisonjeia. “Logo ao dia seguinte, que foi o último de fevereiro ou primeiro de março, começaram a roçar em terra com grande fervor e cortar madeira para a cerca, sem querer saber dos tamoios nem dos franceses. Mas como quem entrava em sua terra, se foi logo o capitão-mor a dormir em terra [desembarcar], dando ânimo aos outros para fazer o mesmo, ocupando-se cada um em fazer o que lhe era ordenado por ele, cortar madeira e acarretá-la aos ombros, terra, pedra e outras coisas necessárias para a cerca.” Dez anos antes de mim, no entanto, os franceses chegaram a estabelecer uma benfeitoria na Ilha de Seregipe, hoje Ilha de Villegagnon, em homenagem ao ousado cavalheiro francês. No ano de minha morte, em 1567, meu tio, Mem de Sá, transferiu a Cidade para o alto do Morro do Castelo, onde a cidade foi refundada, num local mais seguro e mais próximo das fontes de água potável.

Quando começou a ser plantada a Floresta da Tijuca?
Patrick Faber – Gávea em Meio Ambiente
A Floresta da Tijuca sofreu muito nos séculos XVIII e XIX com o desmatamento e a plantação de café, gerando graves problemas ambientais para a cidade, como o abastecimento de água potável. Em 1861, o imperador D. Pedro II ordenou o reflorestamento da região com cerca de 100 mil mudas, resultando na regeneração natural da fauna e da flora da Mata Atlântica. Hoje, a Floresta da Tijuca é considerada a maior floresta urbana do mundo, e muitos cariocas aproveitam suas trilhas e cachoeiras no Parque Nacional da Tijuca como forma de lazer. Criado em 1961, é atualmente o parque nacional mais visitado do Brasil.

Quando o termo carioca passou a designar quem nasce na cidade do Rio de Janeiro?
Antonio Andrade – em Costumes
Isso se deu bem depois de minha passagem pela Baía de Guanabara. Na minha época carioca não passava de nome de rio. Para ser mais preciso era “o rio” cujas águas frescas tantas vezes matou a sede de minha tropa. Para responder a pergunta do estudante Antonio Andrade, convido a historiadora Claudia Mesquita que nos diz: “O carioca foi sendo inventado e reinventado ao longo do tempo. Segundo o engenheiro José de Oliveira Reis, o termo se popularizou pelo orgulho com a magnitude da construção do Aqueduto do Carioca, construído no século XVIII. Entretanto, fomos chamados de fluminenses até a Proclamação da República e a criação do Distrito Federal. Com a transferência da capital para Brasília e as comemorações do IV Centenário, na primeira metade dos anos de 1960, o Rio viveu um momento ímpar de valorização da sua identidade, ampliando a adoção de “carioca”, para os nascidos ou não na cidade do Rio de Janeiro, desde que compartilhado o mesmo estado de espírito, como assim proclamou Vinícius de Moraes”.

Qual o significado do brasão da bandeira do Rio de Janeiro?
Guarda Municipal Manoel Couto
Nosso belo brasão! Esse passou por diversas mudanças e de meu tempo sobrou apenas a esfera armilar, símbolo de D. Manuel, o Venturoso, transpassada por três setas. A atual versão é de autoria do professor Alberto Lima que em 1963 criou o brasão do Estado da Guanabara. Em agosto de 1964, o professor Lima deu uma entrevista para o jornal O Globo que nos ajudou a responder à indagação do guarda municipal Manuel Couto. Com a fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, o brasão perdeu uma estrela que ficava no alto, mas, de resto, continua o mesmo com “o escudo português em campo azul, cor simbólica da lealdade; esfera armilar manuelina, combinada com as três setas que supliciaram São Sebastião, padroeiro da Cidade, tudo de ouro, tendo ao centro o barrete frígio, símbolo do regime republicano. Justificando a cidade-capital, encimando o escudo, a coroa mural de cinco torres de ouro. (…) Como suportes, dois golfinhos de prata, um à destra outro à sinistra, simbolizando cidade marítima. O da destra tem o ramo de louro e o da sinistra um ramo de carvalho, representando, respectivamente, a vitória e a força”.

Por que o bairro das laranjeiras tem este nome?
ROBERTO CUNHA – Laranjeiras em Cultura
As terras das Laranjeiras foram ocupadas logo no início da colonização do Rio de Janeiro. Seus primeiros exploradores chegaram ao local a partir de 1567, acompanhando o curso do Rio Carioca que nasce no alto das Paineiras. Sesmarias foram divididas e doadas por Mem de Sá a família de Cristóvão Monteiro, que se tornaria o primeiro ouvidor da cidade. Os primeiros povoadores construíram casas, chácaras e roças produtoras de hortaliças, frutas, legumes e cereais. O nome do bairro deve-se a essas características rurais da região, repleta de bananeiras, canaviais e laranjeiras que abasteciam a cidade de São Sebastião.